sábado, novembro 3

Acto - Ultramontanismo

Silhueta breve de longos acontecimentos, a introdução está em sua percepção.
Narrativa paraléla, alimentem-se e devorem tudo.

Acto - Suas viceras estavam pulsando, quentes como seu temperamento. Não era efeito do ácido nem da farinha. Ice-Box queria ladrar e morder como um Bull Terrier, espumava de êxtase. Nina estava lá, lambendo os gostos do rei-demônio Ice-Box, procurando das migalhas dela um pouco de evidência. A Europa estava à tona e brilhando: soco-inglês e canivete-suiço. Preferia armas brancas, gostava do arranhar da carne, gostava de causar dor.

Ultramontanismo - Ainda letárgica, Alícia, levantava-se, sentia a sensação de dormência nas pernas e sua cabeça doía intensamente. - "Apaguei!" imaginou ela. Olhou, o quarto caótico, cuecas e meias. Era o quarto de Isaac. Levantou-se e o procurou, não havia ninguém, olhou para o relógio e passava das 19:00 horas. Vestiu-se e maquiou-se muito forte, trancou a porta e desceu gritando com seu scarpin nas escadarias.

20:00

Acto - Sentiu medo, leve excitação. Ouvindo o pulsar do coração de sua vítima.

Ultramontanismo - As lágrimas corriam de seus olhos, fora tomada por ódio, sentia-se traída. Não compreendia, mas no fundo sacou que tinha perdido Isaac. Definitivamente ele se foi.

21:30

Acto - Seus olhos estavam rubros - "Não grita sua vadia, cala essa boca podre!". Assim sucedeu-se uma remessa de socos e pontapés. A pele estava roxa e fina, o sangue já estava aparente em todo o rosto de Alícia. Ice-box gritava com voracidade, estava arrancando sua redenção, estava salva. Observando seu perdão. Tocando ele, fazendo amor com sua própria convicção, seus ideais. Manoelíta.
Acorde! Acorde!

Ultramontanismo - Estava toda dilacerada, mal conseguia falar, sentiu tontura e por um segundo o tempo parou. Lembrou-se de sua infância e toda sua vida medíocre. Não suportava mais, não tinha uma alma dentro de si, Alícia, um pobre manequim. Sua reação era silenciosa, olhava o rosto de Ice-Box e imaginou que, seria um dos cavaleiros do Apocalipse a puni-la. Iniciando mais tapas, dentro de algum lugar, Alícia se observava. Sentindo remorso soube que não se amava, nunca se quer se amou. Percebeu sua farsa, suas mentiras aptas a alivia-la. Tocando seu seio, já ensangüentado pensou em seu sonho secreto: ser mãe. - "Não há nada, eu sou uma vagabunda, me vendi e vendi meus sonhos. Onde estará meu filho, ele nunca sairá de meu útero escroto, Deus nunca me conceberá perdão, eu mereço a morte”.

Acto - Levantou-se e correu, olhou para trás e despediu-se dos olhos da putinha. Estava feito, era preciso de silêncio.

Ultramontanismo - Ao acordar, olhou o sangue e gemeu sua enorme dor. - "Preciso ver Isaac”...

"Não há necessidade de você dizer que viu a vida que eles escolheram para mim"
Jesse - Ivri Lader.

4 comentários:

Anônimo disse...

É mais intenço a cada momento que se passa, mais forte a cada frase, um soco em nós a cada ideia dita sem meias palavras.

Muito forte tudo diria mas sempre interessante.

Unknown disse...

nhaaaa...Mas meu deusss...q coisaaa...


mto forte...





soube equikibrar....gosteiiii....ficou bem interessanteee...


bjonnn

Anônimo disse...

Bricio, queridíssimo!
Posso estar falhando diariamente, mas li tudinho agora, o seu bluógui tá maravilhoso! Os textos são ÓTIMOSSS, vai virar livro(fica a dica)!!!! E vou querer o meu com dedicatória e autografo! hunF

;***

Ele esteve aqui... disse...

Nossa...nem quero cruzar com vc nos seus momentos Ice Box...rs
ótima essa parte em que vc expões o sonho de Alícia de ser mãe...trivial a principio mas surpreentende!!
Nossa o modelido de boutique ficou destruído!!
Desperdício...

Dos eficazes

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